terça-feira, 13 de setembro de 2011

Quadragésimo Segundo Dia




Quadragésimo Segundo Dia – 09 Setembro 2011

Machala no Equador à Piúra no Peru

Levantamos cedinho, pois tínhamos a costumeira árdua tarefa de adentrar outro país. Tínhamos que passar pelas duas aduanas, a de saída do Equador e a de entrada no Peru. Tomamos um cafezinho básico, que em nada lembra os cafés da manhã brasileiros e carregamos as motos para em seguida pegar estrada em direção a fronteira.
No lado do Equador tivemos que apresentar os passaportes e também o documento das motos. Fomos muito bem atendidos e num vapt-vupt estávamos com o um s passaportes carimbados. Os pessoais da área do turismo, muito simpáticos nos permitiram transportar um enorme banner para a área externa de modo a fazer uma boa foto com as motos. Eles inclusive participaram da foto e ainda nos “regalaram” com uma série de mapas e materiais informativos a respeito das opções turísticas do Equador.
A aduana Peruana costuma ser bastante demorada, em torno de três a quatro horas, e estávamos psicologicamente preparados para isso. Contudo, para nossa surpresa, foi relativamente rápido, demandando mais ou menos uma hora e meia. Das outras vezes que estivemos no Peru, entramos pelo lado oposto, onde os tramites costumam ser demorados e o local muito sujo, o que havia nos deixado uma má impressão.  Mas desta vez, o pessoal aduaneiro merece elogios, tanto no atendimento, quanto no local, extremamente limpo e bem cuidado, raro, tratando-se de fronteira.
Ainda na aduana, encontramos quatro motociclistas equatorianos que nos listaram uma série de opções em termos de pontos turísticos no Peru.
Tudo pronto prosseguimos com nossa jornada. A primeira cidade que paramos ao chegar ao Peru foi Tumbes, pois necessitávamos cambiar o dinheiro em uma casa de câmbio ou retirar dinheiro do banco ou “cajero”, pois a moeda peruana é o “soles”. Logo na entrada da cidade encontramos um motociclista com uma 125 c que prontamente se ofereceu para nos levar até o centro. Assim que estacionamos as motos acumulou centenas de pessoas em volta delas. Como não se costuma ver motos grandes como as nossas aqui no Peru, tanto nós quanto as motos acabamos virando atração. Havia um colégio em frente ao local em que estávamos e todos os alunos acabaram fugindo da aula para ver as motos e conversar conosco. A professora, muito zangada, foi chamar os alunos, mas acabou também ficando impressionada e fez uma verdadeira entrevista conosco, querendo saber tudo sobre nossa expedição.  Nós, claro, a esta altura, com os egos inflados, estávamos nos achando verdadeiros astros.
Um dos companheiros ao tentar efetuar o saque em um caixa eletrônico, aqui chamado de “cajero”, teve a ingrata surpresa de ver seu cartão “sugado” pela máquina.  A sorte é que faltavam 10 minutos para fechar a agência do banco, então a gerente prontamente abriu a máquina para recuperar o cartão. Tentou-se novamente e mais uma vez seu cartão ficou retido, forçando mais uma vez a abertura da máquina para reavê-lo.  E nada de dinheiro! O companheiro foi a outro banco e fez todo o procedimento novamente por duas vezes. Nada de “soles”!  Imagine sua surpresa ao consultar o extrato à noite e ver que os débitos foram efetuados em sua conta corrente mesmo sem ter conseguido sacar o dinheiro.  No cartão há um 0800 internacional, mas de nada adiantou ligar para eles, pois nada resolveram. Na segunda-feira cedinho, o companheiro ligará para a pessoa responsável pela sua conta-corrente em nossa cidade para ver qual o procedimento a ser tomado para estornar esses valores. Então aí vai a dica: Cuidado ao efetuar saques no exterior e ele não se efetuar!
Despedimos-nos dos alunos e do povo que lá estava e seguimos viagem, pois o objetivo era chegar até a cidade de Piura e tínhamos muito chão pela frente. Lá pela meia tarde o bicho pegou. Em uma região desértica, o vento era tão forte que a areia migrava de um lado da pista para o outro. As motos literalmente andavam de lado e a tensão era tanto que os ombros doíam, mal conseguindo manter os esqueletos em cima das motos.  Tinha-se a impressão de que os capacetes iriam ser “sugados” de nossas cabeças. Apesar do ótimo estado do asfalto não havia condições de andar mais de que 80 ou 90 Km/h. Havia muitas placas na beira da rodovia nos alertando ao fato de haver areia no asfalto, o que para motos é um perigo.
Chegamos a Piura quando já havia anoitecido e o GPS nos guiou até um hotel no centro da cidade. Paramos em frente a um hotel muito bom e os habituais negociadores, Deja e Paini foram lá para verificar o custo. Nesse meio tempo, mais uma vez o povão cercou as motos e faziam perguntas e mais perguntas. É impressionante como eles gostam de motos grandes e também o carinho que tem pelos brasileiros. Ao longo de toda nossa expedição pela América nós passamos e as pessoas gritam: Brasil! Viva o Brasil! A aglomeração era tão grande que as pessoas literalmente fecharam a avenida. Havia centenas de pessoas novamente envoltas às nossas motos e a polícia veio verificar o que estava acontecendo e pediram a imediata dispersão das mesmas.  Preço consultado considerado alto demais, resolvemos procurar outro hotel mais acessível. Uma vez estabelecidos, assentados e banhados, fomos jantar. Lá experimentamos o “ceviche”( peixe cru com tempero aji - pimenta da região), prato típico, e, claro, uma cervejinha cusquenha.
De barriga cheia, lá fomos nós para o berço, tentar recuperar a energia perdida ao longo do dia. 





















































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